segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Seminário debate imagens sobre o continente africano

O Grupo de Estudos Afro-Amazônico (GEAM) realiza, de 9 a 11 de dezembro, a quarta edição do Seminário Negritude em Movimento, no prédio central do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). O evento, que ocorre anualmente em alusão à passagem do Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, em 2015, terá como tema “De que África estamos falando? A África pelos africanos e a África pelos brasileiros”.
Segundo a coordenadora do GEAM, professora doutora Marilu Campelo, a escolha do tema relaciona-se com as discussões observadas nos encontros do grupo, sobre as imagens a respeito do continente africano. “O que se fala e o que se pensa quando o assunto é África? A África dos brasileiros é a mesma dos africanos? Sabemos que não, e, frequentemente, temos, no Brasil, uma imagem deturpada da população africana e da sua contribuição para a nossa formação cultural”, explica.
Por isso o seminário se propõe a refletir acerca dessas visões. “O continente africano é uma realidade com mais de 54 países, com uma imensa e variada diversidade política, econômica, social, cultural, religiosa etc. Esse evento é uma forma de contribuir com esse debate, colocando, lado a lado, expositores, intelectuais, estudantes, religiosos, professores, militantes do Movimento Negro e a comunidade em geral, discutindo e dialogando essa temática e apresentando suas versões do Continente Africano”, complementa a coordenadora.
Programação - Dessa forma, a programação, que pode ser acessada na íntegra no blog do evento, conta não apenas com estudiosos do assunto, como o conferencista de abertura professor doutor Marco Antônio Teixeira, da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), como também com os próprios africanos, seja docentes, seja discentes da UFPA. Dois exemplos dessa participação são as mesas-redondas “Imagens e ideias sobre a África, por africanos”, cujos expositores são professores da UFPA provenientes da África e do Caribe, e “Conversando sobre os pensadores africanos e a descolonização das mentes”, cujos palestrantes serão alunos do continente africano.
Outra parte relevante das atividades do seminário envolve a presença do movimento negro, como na mesa-redonda “Falando de identidade negra no Pará”, com representantes de instituições, como o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa), e de religiões de matriz africana. Haverá, também, uma oficina de danças africanas e apresentação de trabalhos científicos em quatro eixos: “Educação para as relações étnico-raciais”; “Religiões de matriz africana: perspectivas e contradições”; “Arte, corpo e estética afro-brasileira” e “Comunidades Quilombolas Atuais”. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até o dia do evento.
GEAM – O Grupo de Estudos Afro-Amazônico é o primeiro Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da Região Amazônica, fundado em 2002 para criar uma interface entre universidade e sociedade em ações contra o racismo e em prol da cultura negra e das políticas de ações afirmativas. Desde então, foi responsável por diversas atividades, como a promoção do diálogo entre Academia e movimento negro, atividades culturais e pesquisas sobre o negro na sociedade amazônica, além da implementação da Lei nº 10.639, que instituiu a obrigatoriedade do estudo de História e Cultura Afro-Brasileira em todos os estabelecimentos de ensino fundamental e médio do país, públicos ou particulares.
São projetos oriundos do GEAM, por exemplo, a criação da Casa Brasil-África, em 2006, e o primeiro vestibular diferenciado para quilombolas na UFPA, em 2012, além da realização das outras três edições do Seminário Negritude em Movimento, que já abordaram os 10 anos do grupo, em 2012, o tema “O Caribe é aqui”, em 2013, e “Quilombolas e territórios negros”, em 2014.
Serviço:
IV Seminário Negritude em Movimento: “De que África estamos falando? A África pelos africanos e a África pelos brasileiros”.
Dias: 9 a 11 de dezembro de 2015
Hora: 9h às 18h
Locais: Prédio central do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) – Auditório, Sala da Congregação e Sala 15 do PPGSA; Laboratório de Antropologia Arthur Napoleão Figueiredo (LAANF)
Inscrições gratuitas até o dia do evento
Informações no blog do seminário.
Texto: Ádria Azevedo – Assessoria de Comunicação/IFCH
Arte: Divulgação / evento

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